Pelo ensino presencial na graduação em saúde
Dr. Walter da Silva Jorge João -
Presidente do Conselho Federal de Farmácia -
(02/04/2017) - A tecnologia é um meio, uma ferramenta destinada a agregar valor à educação. Não pode ser considerada um fim pelas instituições formadoras e nem pelas autoridades da área da educação. Este foi entendimento unânime no encontro sobre o ensino a distância na graduação em saúde, promovido no final de fevereiro, em Brasília, pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) e pelo Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS).
Estiveram presentes, representantes dos conselhos profissionais (federais e regionais) de todas as 14 áreas da saúde. Também estiveram representados o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenanar), além das associações de ensino e executivas estudantis ligadas a várias profissões.
Todos os meios serão buscados para garantir a qualidade da formação na área, sejam elas jurídicas, políticas ou administrativas. Uma campanha de esclarecimento público será empreendida com o objetivo de mobilizar a sociedade contra o ensino predominantemente a distância quando a formação envolver o cuidado à saúde das pessoas.
Os participantes do encontro firmaram posição contrária a qualquer flexibilização da legislação vigente no sentido de favorecer a proliferação dos cursos EAD na saúde pelo Ministério da Educação. A intenção é banir da área da saúde os cursos com matriz curricular predominantemente a distância, o que será buscado também em leis, por meio de articulação política no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas e câmaras municipais.
A cobrança em relação à qualidade e à fiscalização dos cursos já autorizados será dura. Os conselhos vão reivindicar, do Inep/MEC, participação nas avaliações dos cursos EAD, da mesma forma que já participam nas avaliações dos cursos presenciais. E serão intransigentes quanto à exigência de no mínimo de 4 mil horas para todos os cursos da área da saúde.
Os profissionais da área da saúde já somam 4 milhões e estão prontos a contribuir com o governo no aprimoramento da modalidade EAD como uma ferramenta complementar. Nenhuma profissão da saúde é contra a incorporação de novas tecnologias pela graduação. Apenas defendem a qualidade do ensino, pois não há tecnologia que possa possibilitar o refino manual nas habilidades e competências necessárias no cuidado à saúde. Não há transmissão de conhecimento e humanização que possam ser repassadas por meio da tela de computador.
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